Por Professor Rogério
Desde a modernidade quando a Revolução Industrial forçou a necessidade
de se conquistar novos mercados consumidores as sociedades ocidentais e os seus
idealizadores promoveram o nascimento de um novo homem: o homem consumidor. É Claro que desde o s surgimentos dos
primeiros seres vivos o planeta vivência a experiência do consumo , uma vez que viver é consumir.
Mas o consumo ao qual nos referimos agora esta modalidade virótica que infecta
a nosso modus vivendi e muitas
vezes sendo ele próprio um jeito de
viver: um jeito consumir de viver.
Talvez não exista hoje um fenômeno que mais interfira na caminhada
humana do que o fenômeno do consumo. O
avanço tecnológico aumentou a competência humana na alteração da natureza.
Desde que trocamos a economia de subsistência pela economia de troca e o
artesanato pela manufatura e mais tarde pela produção industrial, deixamos de
ser meros habitantes do planeta para nos tornarmos os seus algozes, ignorando
as futuras gerações na necessidade de nos lambuzarmos de “agora”.
Para o ser humano enquanto indivíduo, o consumo tem um efeito
avassalador. Atua diretamente sobre o
seu ego, ampliando a sua necessidade (já quase insaciável ) de satisfação. E o
que é pior: desloca de si mesmo para objetos consumíveis, o ideal de
felicidade. Tudo isso incrementado e legitimado pelo Marketing, que se serve
dos mais ardis métodos de persuasão via mídia.
É notória a vinculação do Ter ao Ser nessa nossa sociedade competitiva
e capitalista. A exaltação da ideia de que você é o que pode consumir fervilha
nos lares, escolas, igrejas, bares, etc. Todos nós conhecemos pessoas se
afirmam nas aparências legitimadas pelo consentimento dos que os cercam e
comungam dos mesmos valores. Mas basta lhe tirar o verniz do banho de loja, a
proteção social do carro novo e dos cargos passageiros para ver o que resta.
Geralmente um ser em estado bruto que privilegiou as emoções imediatas do
consumo em detrimento da construção perene de si mesmo. É a inversão dos valores
provocada pela sociedade do consumo na qual, inclusive, o consumidor se torna
consumível. Preocupados com a aceitação social, com a forma física desejável
segundo os padrões da mídia e com a disputa pela atenção, o ser humano vai se
uniformizando, se produzindo em série se distanciando da sua essência primitiva
que de muito pouco precisa para viver. Mas ainda somos seres humanos e enquanto
houver qualquer possibilidade de razão, seremos capazes de nos redirecionarmos
para caminhos mais nobres. Afinal, se continuarmos seguindo a estrada do
consumismo e abrindo mão da nossa originalidade e dos nossos sonhos, nos
perderemos no vazio dos desejos insaciáveis, uma vez que somos aquilo que
sonhamos.